A semana encerra com vitória da dobradinha Aécio Neves e Michel Temer, unidos para se manter no poder. Ambos enviaram cartas ao Congresso, com desabafos sobre a suposta conspiração do Judiciário (e dos irmãos Batista) para sujar o bom nome da política no Brasil.
A bancada do PSDB votou inteira contra o afastamento de Aécio mas, curiosamente, agora discute o afastamento dele da presidência do partido.
Bancada Ruralista cobra a conta
Do outro lado da rua, tudo indica que Temer escapou de mais uma. É bem verdade que desta vez não teve deputado com o nome do presidente tatuado no braço. Mas a bancada ruralista cobrou uma conta antiga: revogar medidas de combate ao trabalho escravo no campo.
Por enquanto, só o ministro do Trabalho de Temer pode autorizar a divulgação da famigerada lista suja, que contém os nomes dos empregadores escravocratas.
A reação foi imediata. O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho apresentaram parecer recomendando que Temer volte atrás – uma vez que a medida afronta a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Em protesto, fiscais do trabalho de todo o país paralisaram suas atividades.
A repercussão da medida é tão negativa, que agora o governo está pensando em voltar atrás em alguns pontos, mas com muito cuidado, para não desagradar aos ruralistas. Afinal, o presidente precisará deles quando a segunda denúncia contra ele for ao plenário da Câmara, na próxima quarta-feira. Depois de entregar anéis, Temer começa a entregar os dedos. Dos trabalhadores do campo, por enquanto.
crédito: Foto da web