Ao se oferecer espontaneamente para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira (19/06) sobre o vazamento de suas conversas com procuradores da Operação Lava Jato, o ministro de Justiça e Segurança, Sérgio Moro, tenta evitar o constrangimento de uma convocação ou a abertura de uma CPI.
Moro também prestará esclarecimentos na CCJ da Câmara dos Deputados e a CCJ do Senado votou nesta terça-feira (18/06) um convite a Deltan Dallagnoll para prestar esclarecimentos, sobre as conversas com o então juiz da Operação Lava Jato.
Um dia após a divulgação das primeiras conversas entre o promotor e o juiz pelo site The Intecept Brasil, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) começou a coletar assinaturas para criar uma CPI. Tudo indica, que o assunto ficará em banho maria até o depoimento de Moro na CCJ.
O site The Intercept Brasil, de Glenn Greenwald, justifica as razões que o levaram a publicar as gravações “Informar à sociedade questões de interesse público e expor transgressões foram os princípios que nos guiaram durante essa investigação, e continuarão sendo conforme continuarmos a noticiar a enorme quantidade de dados a que tivemos acesso”. O site fez uma rigorosa seleção sobre o que deveria ser publicado e o que deveria permanecer em sigilo (como conversas privadas entre agentes públicos). E esclarece “ao fazer esses julgamentos, empregamos o padrão usado por jornalistas em democracias ao redor do mundo: as informações que revelam transgressões ou engodos por parte dos poderosos devem ser noticiadas, mas as que são puramente privadas e infringiriam o direito legítimo à privacidade ou outros valores sociais devem ser preservadas”.
Glenn Greenwald falou para a Agência Pública, sobre o que ainda está por ser publicado, as ameaças que vem recebendo dos movimentos extremistas que querem vê-lo preso ou deportado do País. Também fez duras criticas a cobertura da imprensa sobre a Lava Jato, principalmente pela Rede Globo de Televisão.