O tempo do natal sempre emociona as pessoas. E o natal de 2017 parece ter amolecido corações, especialmente do judiciário, em Brasília.
Depois de dois anos e meio preso, Marcelo Odebrecht conquistou o direito de voltar para casa, em um rico condomínio no Morumbi em São Paulo.
Lúcio Funaro, operador financeiro do PMDB, mesma coisa: prisão domiciliar num luxuoso sítio do interior paulista. Por falta de tornozeleira eletrônica, o próprio Funaro vai se auto-monitorar com câmeras próprias e via internet.
E tem mais: o Supremo arquivou inquéritos contra quatro políticos acusados na Lava Jato. A dobradinha Gilmar Mendes e Dias Toffoli entendeu que o conteúdo das delações não são provas fortes o suficiente para incriminar: Benedito e Arthur de Lira, do Partido Progressista de Alagoas; Dudu da Fonte, Progressista de Pernambuco e José Guimarães, Petista do Ceará.
Encerrando a semana, Gilmar Mendes – sempre ele – concedeu prisão domiciliar para Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral e Garotinho.
Por liminar, o ministro também determinou o fim das conduções coercitivas, marca registrada da Operação Lava Jato. Para Gilmar esse tipo de medida é inconstitucional.
Mas ao que parece nem todos entraram na onda do natal no STF. Com 30 anos de atraso, o Supremo finalmente determinou a prisão do deputado federal Paulo Maluf. Os advogados de Maluf, entraram com pedido do cumprimento da pena em prisão domiciliar, uma vez que ele tem 86 anos e está doente. Mas o pedido foi negado pelo Supremo e Maluf terá mesmo que passar o Natal na cadeia.
Mas, afinal, é natal! Uma data que sempre emociona. Vamos pedir que em vez de perdão para os poderosos, o bom velhinho traga mais igualdade na terra. E que a lei como determina a Constituição, seja igual para todos.
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