Em Brasília a semana encerra com demonstração do fisiologismo mais rasteiro que a República de Temer pode oferecer. Vale tudo para aprovar a famigerada reforma da previdência, mesmo em ano de eleições.
O balcão de negócios do PTB é só sorrisos. Roberto Jefferson, presidente do partido e estrela do mensalão em 2005, é quem dá as cartas – mesmo depois de condenado a sete anos de prisão.
Jefferson defende o apoio incondicional do PTB à reforma da previdência, se a filha dele – a deputada Cristiane Brasil – ganhar de presente o ministério do trabalho, é claro.
Mas como quem tem rabo não se senta, os problemas começaram. Primeiro, a deputada foi citada em delação de empresário da Odebrecht na Operação Lava Jato: teria recebido 200 mil reais em propinas. Além disso, Cristiane foi condenada em ações trabalhistas, o que, convenhamos, até no Governo Temer não cai bem para a ministra do trabalho.
Advogados cariocas pediram a suspensão da posse da ministra, com a alegação de que não é razoável nomear para a pasta do trabalho uma pessoa condenada em processos trabalhistas. O argumento foi aceito pela justiça de primeiro grau no Rio de Janeiro e mantida pelo TRF da segunda região.
Tudo indica que Temer vai apelar ao Supremo, na esperança de que algum Gilmar o socorra. O PTB, berço do trabalhismo no Brasil, insiste que Cristiane assuma o cargo. De olho nas vantagens, o mensaleiro Roberto Jeferson sonha ver a filha ministra.
Se Getúlio Vargas fosse vivo, de desgosto daria um tiro no peito.
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