Tornozeleira eletrônica novo objeto do desejo

Não é anedota. Nesses tempos bicudos de recessão e desemprego, um dos setores que mais cresce no Brasil é o de tornozeleiras eletrônicas. Dados apontam que em um ano o setor cresceu trezentos por cento.

O uso de tornozeleiras para monitoramento pela justiça foi aprovado em 2010. E virou moda pelas mãos do juiz Sérgio Moro, na Operação Lava jato.

A cada acordo de delação premiada, novos respeitáveis bandidos de colarinho branco são beneficiados com a prisão domiciliar, desde que de tornozeleira.

Artigo de luxo, virou um must entre as elites. Os presos pobres no Brasil seguem na fila de espera até para tornozeleiras.

Prova disso foi a denúncia de que Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, teria furado a fila da tornozeleira no sistema penitenciário goiano, onde há falta de equipamento, só para ser mandado de uma vez para casa.

Goiás tem lista de espera de mais de 3 mil presos. Mas Rocha Loures é da alta roda e, é claro, furou a fila.

Agora, o Ministério Publico Federal está investigando essa falta de educação na fila.

Mas há os casos extraordinários, quando o acessório-símbolo do desejo da malandragem é simplesmente colocado de lado.

Geddel Vieira Lima foi encaminhado para prisão domiciliar com a condição de utilizar a tornozeleira.

Mas com a falta do equipamento também no Distrito Federal, a decisão da justiça foi soltar Geddel,  com a condição de que o equipamento fosse colocado lá na Bahia, onde Geddel mora.

Só que a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia não dispõe do equipamento e só vai receber tornozeleiras lá por agosto.

O que se há de fazer? Até lá Geddel terá de se contentar em andar livremente, sem o charme e o monitoramento da tornozeleira.

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