O Ex-Presidente Ernesto Geisel, sempre teve sua imagem associada a abertura política no Brasil e comparado com seu antecessor Emílio Médici e o sucessor João Figueiredo – militares da linha dura – Geisel sempre passou a imagem de bom velhinho.
Documento liberado pelo Departamento de Estado norte-americano e agora compartilhado pelo professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Matias Spektor, demonstra que Geisel aprovou a continuidade da política de execução sumária de inimigos da ditadura.
Segundo o documento, em reunião ocorrida em 1974, quando Geisel é informado sobre a execução sumária de 104 opositores ao regime durante o governo de Médici, Geisel autorizou a continuidade das execuções no seu governo. Ressalvando: “Apenas para subversivos perigosos”.
Segundo dados da Comissão da Verdade os 21 anos da ditadura militar registraram 434 vítimas fatais, sendo 208 desaparecidos.
Entre 1972 e 1974 ocorreu a Guerrilha do Araguaia, no Sul do Pará onde após diversas incursões na região, as Forças Armadas exterminaram com 70 guerrilheiros do Partido Comunista. Os corpos nunca foram encontrados. Segundo historiadores a determinação do exército era de executar e não deixar vestígios.
Isso sem falar nas execuções ocorridas no DOI-CODI.
Mais do que nunca é atual a frase do político e filósofo Irlandês Edmundo Burke: Um povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la.
Que a queda da máscara de bom velhinho de Geisel sirva de lição a todos estes que estão aí defendendo a volta dos militares e seus horrores.