O ex-motorista Fabrício Queiróz, amigo da família Bolsonaro, movimentou bem mais do que o valor até agora revelado. Segundo o jornalista Lauro Jardim em nota publicada neste domingo no Jornal O Globo: “O Coaf sabe muito mais do que já foi revelado sobre o caso Fabrício Queiroz, o ex-motorista de Flávio Bolsonaro. Nos arquivos do órgão federal de controle de atividades financeiras consta que Queiroz transacionou um volume de dinheiro substancialmente maior do que veio a público até dezembro. Além dos famigerados R$ 1,2 milhão movimentados atipicamente entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, passaram por sua conta mais R$ 5,8 milhões nos dois exercícios imediatamente anteriores. Ou seja, no total Queiroz movimento R$ 7 milhões em apenas três anos”.
Na sexta-feira,18, reportagem do Jornal Nacional divulgou novo documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrou depósitos em dinheiro no valor de quase 100 mil reais na conta do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no período de um mês
Segundo o JN, foram 48 depósitos, no valor de 2 mil reais cada, entre junho e julho de 2017. Vários dos depósitos foram feitos em poucos minutos, concentrados no posto de autoatendimento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo a reportagem, o Coaf ressaltou que não foi possível identificar quem fez os depósitos, mas que o fato dos depósitos do mesmo valor terem sido feitos em sequência, sugerem tentativa de ocultar a origem do dinheiro.
O JN informou que o Ministério Público do RJ solicitou ao Coaf a ampliação do levantamento movimentações dos deputados estaduais fluminenses porque há suspeitas de que funcionários devolvessem parte dos salários aos parlamentares.
No domingo,20, o Senador eleito Flavio Bolsonaro disse a TV Record que a compra de um apartamento é a explicação para as movimentações “atípicas” de sua conte corrente detectadas pelo Coaf.
Segundo as informações antecipadas pelo portal R7, Flávio Bolsonaro a movimentação “estranha” se refere ao pagamento de um título de R$ 1.016.839 referente à compra de um apartamento – o valor corresponde à quitação do financiamento, que teve as primeiras parcelas pagas diretamente à construtora. Ao vender depois o imóvel, explicou, recebeu uma quantia em dinheiro e fez os 48 depósitos de 2.000 reais em sua própria conta, por ser o valor máximo possível no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, unidade escolhida para os aportes por ser seu local de trabalho, segundo justificou.
Ainda segundo o senador, ele vendeu o apartamento por 2,4 milhões de reais e recebeu uma quantia da transação em dinheiro. Dessa forma, ele fez 48 depósitos, sendo cada um de R$ 2 mil — limite do banco —, para a própria conta.
As operações na conta do senador eleito são semelhantes às feitas por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, que movimentou 1,2 milhão de reais em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Na última quinta-feira, 17, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação.
O relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação do senador eleito, mas já sinalizou que a “lei vale para todos indistintamente”, lembrando que negou pedidos semelhantes.
Com informações: O Globo, Reuters, MSN Notícias
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