O Juiz Federal Vallisney de Souza, da 10º Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, concedeu nesta terça-feira (19) o benefício de prisão domiciliar a Lúcio Bolonha Funaro, operador financeiro do PMDB.
Funaro foi preso na Operação Sépsis – um braço da Operação Lava Jato – acusado de desvios milionários na Caixa Econômica Federal. Ele permaneceu um ano e 5 meses na Presídio da Papuda em Brasília e irá cumprir o restante da pena de 8 anos em prisão domiciliar. O juiz proferiu a decisão com base em parecer favorável do procurador Anselmo Lopes.
No acordo de delação premiada firmada com a Procuradoria Geral da República, Lúcio Funaro revelou detalhes de como ocorria o pagamento de propinas a altos escalões da República, em especial, a parlamentares ligados ao PMDB e ao PP.
Na delação, Funaro citou o Presidente Michel Temer como beneficiário de vantagens indevidas, embora admitindo que nunca entregou dinheiro pessoalmente a Temer.
Funaro também denunciou o ex-ministro Geddel Vieira Lima por envolvimento em desvios de dinheiro administrado pela Caixa Econômica Federal. E revelou que o dinheiro da propina comprava parlamentares no Congresso Nacional. Segundo o delator, o esquema era comandado pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Funaro contou que repassou R$ 1 milhão de reais ao peemedebista para comprar votos de deputados no processo do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O doleiro também revelou que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista do Grupo J&F para se manter em silêncio.
Funaro segue para São Paulo, onde cumprirá pena em um sítio no interior do estado, monitorado por câmeras, via internet, e com a participação em vídeo conferências de fiscalização. A alternativa é inédita e substitui o uso de “tornozeleira eletrônica”, até então usada pelos delatores.
Vallysney de Souza determinou que caberá ao réu remeter mensalmente a 10ª Vara Federal de Brasília mídia com imagens de monitoramento da residência onde cumprirá pena, bem como, a relação de nomes das pessoas que tiverem acesso a casa, no período do monitoramento.
Acompanhe a íntegra da delação que abalou Brasília.
Depoimento Lúcio Funaro parte 2