O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, cumpriu sua promessa: antes de deixar o cargo, disparou a última flechada. Denunciou o Presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa.
Também foram acusados do recebimento de mais de 500 milhões de reais em propinas desviadas de órgãos públicos: Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e Rocha Loures.
Os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, foram denunciados pelo crime de obstrução de justiça.
Por meio de nota da Secretaria de Comunicação da Presidência, Temer respondeu que a segunda denúncia é realismo fantástico em estado puro, e que os ministros denunciados não serão afastados do cargo.
Para que a denúncia contra o presidente possa virar uma ação penal é preciso a autorização de dois terços da Câmara.
Parlamentares da oposição com quem conversei hoje, afirmaram que além da gravidade dos fatos, causa espanto a naturalidade com que o Congresso tem recebido essas notícias.
E que chama atenção o ambiente de normalidade politica em Brasília, ante as denúncias de crimes praticados por um presidente no exercício do cargo.
A possível explicação para o fenômeno é que uma boa parte dos deputados que irão decidir o destino de Temer, se a denúncia for aceita pelo Supremo, estão envolvidos nos mesmos crimes atribuídos ao presidente. Ou seja, ou se salvam todos, ou todos morrerão abraçados.
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